O
Pregador buscou sabedoria, ensinou tudo o que sabia e organizou meticulosamente
este livro. Ele fez da sabedoria o objetivo de sua vida, e esta é sua conclusão
depois de todas as suas lutas: tudo o que se espera da humanidade é temer a
Deus e guardar seus mandamentos. Deus trará a julgamento todas as ações,
inclusive todas as coisas secretas. Isto abre a possibilidade de que há mais
coisas acontecendo na vida do que podemos ver – não devemos presumir que
conhecemos todos os nossos desejos ou segredos. Não importa quão sábios nos
tornemos, só Deus vê tudo.
Vamos ver o capitulo 12:8–14
UM PASTOR. A passagem mostra que Deus é o único verdadeiro pastor do seu povo, que lhes dá sabedoria. Esta realidade cumpre-se em Cristo Bom Pastor. Se o escritor está tomando emprestado a linguagem de Ezequiel (Ez 34.23-24; 37.24-25), a referência a “um só pastor” serve como uma antecipação da vinda do rei pastor davídico. O Novo Testamento identifica isso como Jesus (Mateus 25:31-46), que se autodenominava “um só pastor” (João 10:16), bem como o “bom pastor” que “deu a vida pelas ovelhas”. (vv. 14–15).
UM
JUIZ.
Além de ser nosso Pastor, Jesus é também o futuro juiz e a nossa
esperança futura. Se você ainda não percebeu que Deus é o Governante deste
universo extremamente complexo — e que, portanto, você não o é — a porta para o
reino dos céus e para uma vida significativa permanece fechada. Para você, este
versículo serve como uma advertência final, com o peso da advertência recaindo
sobre as palavras “todo” e “secreto”. Cada palavra, ação e pensamento serão
julgados por Deus (11:9–12:7; Romanos 2:16). No entanto, se você veio a
Cristo com fé e está disposto a viver na dependência de sua sabedoria, provisão
e graça, este versículo serve como um lembrete do conforto que virá quando
Jesus equilibrar a balança da justiça no último dia. . Naquele dia ele vindicará
aqueles que já foram declarados justos por ele. Ele também condenará os ímpios,
que, ao rejeitá-lo, terão todas as ações, inclusive todas as coisas secretas,
levadas em conta (Mateus 25:31-46; 2 Coríntios 5:10).
DEUS
COMO PASTOR.
A ideia de Deus (e Jesus) como pastor é comum nas Escrituras.
Provavelmente a referência mais conhecida a isto é o Salmo 23. No entanto, a
maioria das referências aos pastores está no Pentateuco e nos Profetas. No
Pentateuco, é principalmente uma referência literal ao pastoreio (por exemplo,
Gn 29.3; 26.19-22; 46.32; Êx 22.5). Nos Profetas, a referência assume
conotações metafóricas como forma de se referir aos líderes do povo de Deus
(por exemplo, Jeremias 23:1-5; 50:6). Os pastores são obrigados a exibir uma
combinação única de força e calor enquanto atendem às necessidades de suas
ovelhas, ao mesmo tempo que as protegem de predadores. Isto constitui um
caminho esclarecedor para compreender os caminhos de Deus com seu povo. Deus é
o pastor supremo, e Jesus explica como ele encarnou essa imagem (João 10:1–18).
O autor de Hebreus utiliza esta imagem (Hb 13:20), assim como o apóstolo Pedro
(1Pe 2:25; 5:4), ao explicar como Jesus cuida de nós.
MEDO
DO SENHOR.
Em Eclesiastes vemos que tudo é vaidade. Isto deveria levar as
pessoas a se refugiarem em Deus, cuja obra “dura para sempre” (3:14) e que é
uma “rocha” para aqueles que nele se abrigam (por exemplo, Sal. 18:2; 62:8; 94:
22). Em outras palavras, convoca as pessoas a “temer” ou “reverenciar” a Deus.
Em certo sentido, “temer” é um subproduto do reconhecimento de Cristo como
Senhor. No início de Provérbios, somos informados de que o princípio da
sabedoria é temer ao Senhor (Pv 1:1–7). Este temor do Senhor implica que Deus
deve ser reverenciado e respeitado, e a melhor maneira de mostrarmos esse
respeito pelo nosso Senhor é guardando os seus mandamentos (Dt 6:1-3). Ao longo
das Escrituras, o povo de Deus deve temê-lo e respeitá-lo, mas isso não é
antitético ao amor (Dt 6:4-6). Esta ênfase é retomada no Novo Testamento pelo
apóstolo João (João 14:15; 1 João 2:3) e é encorajada pelo autor de Hebreus em
sua explicação de Deus como juiz final (Hebreus 4:12). Nosso temor a Deus
culmina em obediência e adoração, as marcas da vida no céu (Ap 5:9–14).
A
SABEDORIA DE DEUS.
Eclesiastes 1:12–18 reflete a busca pela sabedoria em outras
literaturas sapienciais (por exemplo, Salmos 90:12; Provérbios 4:5). Aquele que
trabalha apenas para dar o fruto do seu trabalho aos outros (Eclesiastes
2:18-23) lembra a parábola do rico tolo em Lucas 12:16-20. Sobre os limites da
sabedoria, veja também 1 Coríntios 1:18–31. Sobre a falência da autoindulgência,
veja Gálatas 5:16–17 e 1 João 2:15–17. Tal como o Pregador de Eclesiastes,
Jesus era um professor de sabedoria, superando até mesmo Salomão em sua
sabedoria (Mateus 12:42). Jesus também viveu uma vida de sabedoria. Do berço à
cruz ele percorreu o caminho da sabedoria. Negando a si mesmo as recompensas
habituais da piedade - vida longa, boa reputação, casamento forte, filhos
saudáveis, prosperidade material - ele se submeteu à vontade sábia mas
inexplicável de seu Pai, suportando uma morte humilhante, para que em seus
sofrimentos pudesse se tornar por nós a própria sabedoria e poder de Deus (1Co
1:24).
O
RETORNO DE CRISTO E O JULGAMENTO FINAL.
Algum dia Cristo retornará em grande
glória, e haverá um reconhecimento definitivo e abrangente de que ele é o
Senhor de tudo. Ele então julgará os vivos e os mortos. Todas as pessoas e
forças que se opõem a ele serão vencidas, incluindo a própria morte (Mateus
25:31; 1 Coríntios 15:24-28), “para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho,
nos céus e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse e Jesus Cristo é
Senhor, para glória de Deus Pai” (Filipenses 2:10–11).
0 Comentários