Deus e a política monetária na Bíblia

Hoje vamos abordar o que a Bíblia diz sobre dois assuntos sobrepostos, dinheiro e comércio. Defino comércio como duas pessoas trocando bens ou serviços diretamente ou por meio do uso de dinheiro. O dinheiro é simplesmente um meio de troca ou comércio. Ele permite que o comércio custe menos tempo, esforço e recursos.

Todos nós sabemos que o comércio pode ocorrer com ou sem o uso de dinheiro. Todos nós já trocamos itens de almoço no refeitório da escola ou já vimos isso acontecer. Talvez sua mãe não lhe desse uma fruta. Se você quisesse uma fruta e tivesse algo como Cheetos, ainda havia esperança. Talvez houvesse uma criança que não gostasse muito de bolacha. Agora havia uma oportunidade para ambos obtermos o que queríamos. Não era necessário dinheiro para trocar bolachas pelos Cheetos. No entanto, você tinha que encontrar alguém que quisesse o que você tinha mais do que o que eles tinham. Você também tinha que querer mais o que eles tinham do que o que você tinha.

Este é um problema com o comércio direto, nem todos os itens são valorados igualmente. E se a garota do outro lado da mesa tivesse uma bolacha mais requintada, seu pacote de Cheetos pode não ser o suficiente para ela fazer a troca. Você pode ter que dar a ela metade do seu sanduíche também. Com dinheiro, essas diferenças de valor são mais facilmente compreendidas e a troca é mais fácil de ser feita. Todos valorizam o dinheiro não pelo que ele faz em si, mas porque é útil trocá-lo por qualquer coisa que você goste. Essas avaliações são todas feitas pelos indivíduos envolvidos. Essas proporções de valor podem ser diferentes quando pessoas diferentes estão envolvidas na troca. Quando dinheiro está envolvido, os preços do dinheiro são definidos pela proporção de valores entre itens, também determinados pelas pessoas envolvidas na troca. Por exemplo, algumas pessoas comprariam uma revista em quadrinhos por R$ 100. Outras pessoas não comprariam a mesma revista em quadrinhos por R$ 5.

Tudo isso foi para explicar o que é comércio e como o dinheiro é usado e espero que vocês tenham entendido. Pois bem, na Bíblia, a prioridade de Deus em dinheiro e comércio é que ambas as partes na troca estejam pagando o valor que concordaram em pagar à outra parte. Ele avisa que a pessoa A não deve enganar a pessoa B, de forma a fazer a pessoa B pagar mais do que o acordado ou receber menos do bem do que o acordado pelo dinheiro pago.

Levítico 19:35-36 na Nova Versão Internacional (NVI) da Bíblia diz: “Não usem medidas desonestas quando medirem comprimento, peso ou quantidade. Usem balanças de pesos honestos, um efa honesto e um him honesto. Eu sou o SENHOR, o Deus de vocês, que os tirei da terra do Egito”.

Os pesos, capacidade, balanças, efa e hin eram todas formas de medir bens ou dinheiro para completar a transação de uma troca. O efa e o hin são exemplos de uma capacidade ou uma medida de volume, como uma cesta de alqueire. O efa era para grãos e o hin era para óleo. Os bens de uma troca podiam ser pesados, mas ouro, prata e outras moedas ou moedas eram pesadas para garantir que o preço acordado fosse cumprido. Os próximos dois versículos começam a explicar como as medidas de peso e capacidade podem ser falsificadas.

Deuteronômio 25: 13-15 (NVI) “Não tenham na bolsa dois padrões para o mesmo peso, um maior e outro menor. Não tenham em casa dois padrões para a mesma medida, um maior e outro menor. Tenham pesos e medidas exatos e honestos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o SENHOR, o seu Deus, dá a vocês".

Amós 8:4-6: “Ouçam, vocês que pisam os pobres e arruínam os necessitados da terra, dizendo: "Quando acabará a lua nova para que vendamos o cereal? E quando terminará o sábado para que comercializemos o trigo, diminuindo a medida, aumentando o preço, enganando com balanças desonestas e comprando o pobre com prata e o necessitado por um par de sandálias, vendendo até palha com o trigo?"

Neste contexto, apenas um homem desonesto carregaria pesos diferentes. Por exemplo, ele usaria um efa grande e pequeno para roubar um pouco com cada negociação que fizesse. Por exemplo, se ele estivesse vendendo grãos, ele usaria o efa pequeno. A outra parte pagou por 1 efa completo, mas estava recebendo uma fração a menos. Se o ladrão estivesse comprando grãos, ele usaria seu efa grande para receber uma fração a mais de grãos do que pagou. Esta é uma fraude séria, pois Deus está intimamente envolvido em nossas interações econômicas.

Provérbios 11:1: “O Senhor detesta balanças desonestas, mas os pesos exatos lhe dão prazer.”
Provérbios 16:11: “Pesos e balanças honestos são do Senhor; todos os pesos na bolsa são obra dele"
Provérbios 20:10: "Pesos adulterados e medidas falsificadas: ambos são coisas que o SENHOR detesta"

Como um Contador Divino, Ele está calculando o preço de cada troca que fazemos. Então Ele pesa nossas almas em Sua balança. Não seja Belsazar cujo valor ficou aquém.

Daniel 5: 25-28: “Esta é a inscrição que foi feita: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM.
"E este é o significado dessas palavras: Mene: Deus contou os dias do teu reinado e determinou o seu fim.
Tequel: Foste pesado na balança e achado em falta.
Peres: Teu reino foi dividido e entregue aos medos e persas".

Inevitavelmente, todos nós ficamos aquém de alguma forma por causa do pecado. A solução para isso é confiar que Jesus pagou por seu pecado na cruz e ressuscitou no terceiro dia para lhe dar uma nova vida livre do pecado. Comece um relacionamento com Ele hoje!

Um último exemplo bíblico introduzirá um princípio que é mais aplicável aos dias de hoje. Então esse princípio será aplicado à política monetária adotada pelo Banco Central e normatizada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Jeremias 32: 9-11: “Assim, comprei do meu primo Hanameel a propriedade que ele possuía em Anatote. Pesei a prata e lhe paguei dezessete peças de prata.
Assinei e selei a escritura, e pesei a prata na balança, diante de testemunhas por mim chamadas.
Peguei a escritura, a cópia selada com os termos e condições da compra, bem como a cópia não selada...”

Neste relato, Jeremias compra um campo e recebe a escritura para documentar sua propriedade. Também observamos que ele pagou por ele com prata, pesando-o em uma balança. Enquanto a balança estivesse corretamente equilibrada com pesos precisos e o metal que Jeremias usasse fosse prata pura, a transação era honesta e honrada por Deus. Se os pesos na balança fossem muito pesados, Jeremias teria que pagar mais do que o preço acordado de dezessete siclos (peças) de prata. A balança diria dezessete siclos, mas ele teria que, por exemplo, colocar vinte siclos na balança. Na época de Jeremias, um siclo era uma unidade de medida, uma peça de 11,4 gramas. Por exemplo, em Génesis 23: 15-16, Abraão comprou um pedaço de terra por quatrocentos siclos, o que equivale a cerca de 4,5 quilos de prata.

Este exemplo se concentrou no peso e na medida da quantia paga de prata. Outra maneira de cometer fraude seria misturar um metal diferente e menos valioso no lugar do metal aceito e mais valioso. Se Jeremias tivesse feito uma liga de prata com algo menos valioso como cobre, mesmo que pesasse a quantia correta, ele seria culpado de roubo. Ele teria pago menos prata do que o acordado. Usando os preços da prata e do cobre hoje (11/01/2025), o roubo equivaleria a aproximadamente 3,51% em dólares para cada grama de prata substituída por cobre.

Mais tarde na história, uma moeda de um certo peso de prata era chamada de siclo. Uma fraude semelhante poderia ser feita usando moedas de siclo ou outro tipo de moeda. Cada tipo de moeda foi criada para conter uma certa quantidade de ouro ou prata para fornecer um valor monetário específico. Era possível então raspar parte da moeda e coletar raspas suficientes para fazer uma nova moeda cunhada. Esse tipo de fraude monetária estava disponível principalmente para reis, outros governantes e bancos. O homem comum não tinha a capacidade de fazer suas próprias moedas ou possuir moedas suficientes para criar novas a partir de raspas. Uma pessoa tinha que ir a um cunhador para transformar seu ouro ou prata em uma moeda. Nos tempos do Novo Testamento, uma moeda de prata de 1 shekel pesava 11,4 g. Portanto, era teoricamente possível raspar 0,4 g de cada moeda que você possuía até que tivesse outros 11 g para fazer outro shekel desonesto. Então você distribuiria moedas de 11 g em vez de moedas de 11,4 g (e foi assim que o império romano sucumbiu em meio a uma inflação desenfreada e alterações na moeda, mas fica para um outro post isso).

Para aqueles que detinham poder político ou eram protegidos por ele, era uma coisa simples misturar um pouco de impureza ou raspar um pedaço de cada moeda. O efeito é que o proprietário aumenta seu próprio poder de compra enquanto distribui moedas com menos valor real. Além disso, o efeito corolário é que moedas honestas perdem parte de seu valor devido à inflação da oferta de moeda. À medida que mais moedas circulam para comprar a mesma quantidade de bens, o preço por bem aumenta para atender à nova proporção de valor. Os preços do dinheiro são sempre uma proporção entre a moeda em circulação e a quantidade de bens disponíveis para compra. Aumentar a quantidade de moeda muda a proporção para, na verdade, roubar mais poder de compra das pessoas que possuem moedas, sejam elas puras ou impuras. O homem comum perde de qualquer maneira.

Essa lei econômica de oferta e demanda é equivalente a uma lei da física, então mantenha essa relação sempre em mente. Ela afeta seu saldo bancário hoje. Em uma prática comum hoje, o Banco Central atua no mercado aberto comprando e vendendo títulos públicos federais como instrumento de política monetária. Ao aumentar ou diminuir a oferta desses títulos, o BC afeta a quantidade de dinheiro na economia. A emissão de títulos públicos é feita pela Secretaria do Tesouro Nacional, que é parte do Ministério da Fazenda.

Você ouve sobre isso nas notícias. É chamado de "aumento da dívida". O processo aumenta a oferta de moeda ou a quantidade de real existentes. Às vezes, o governo federal e o BC decidem juntos criar dinheiro para o BC emprestar a outros bancos e pessoas politicamente conectadas. A mídia chama isso de flexibilização quantitativa, estímulo econômico ou estabilização bancária. Todas essas ações tomadas pelo governo e pelo banco central são moralmente equivalentes aos tipos de roubo contra os quais Deus fala na Bíblia.

Eles fazem isso de uma maneira mais complicada. Eles justificam isso publicamente com belas palavras e discursos elevados, mas sejamos claros, o governo e os bancos estão roubando de nós. Eles estão constantemente mudando a medida do que é um real. A evidência está diante de nós na dívida cada vez maior do governo federal e nos preços crescentes que pagamos por alimentos, moradia, saúde e educação. Outra pista é que os preços das ações continuam a subir mesmo quando a economia está estagnada. De acordo com Deus, é um ato abominável que aqueles que nos governam estão cometendo contra nós. Na Bíblia, Deus não deixa dúvidas sobre como Ele julga esse tipo de atividade.

Para ter uma economia saudável, precisamos ter dinheiro honesto e estável. Precisamos convocar as pessoas, e os líderes, para adotar a política de Deus de pesos e medidas justos.

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